Siëlaurtha!
Depois de um período sem postar nada, aqui tenho o segundo capítulo.
- Resuminho: Depois de quase morrer, Dan é levado para o hospital, revê o amigo que o salvou, e descobre que terá que passar uma noite no lugar.
Capítulo II ~
Dan abria os olhos levemente, e viu que se encontrava numa cama de hospital, numa enfemaria. Já era noite, e o cheiro de álcool e remédios se juntavam com o aroma da noite, que entrava pela janela aberta. Assustado, ele olhou para os lados, vendo apenas camas vazias, exceto uma que estava perto da janela, em que um homem mais velho estava dormindo. “O quê eu estou fazendo aqui?”, perguntou-se. “JP! Preciso saber como ele está!”. Ele estava vestido com um leve avental sob a calça jeans, e alguns fios, vindos de um aparelho que media as batidas do coração dele, encontravam-se ligados a seu peito, e ele os arrancou. Assim quando foram retirados, ouviu-se um longo bipe. Logo, na porta, apareçeu uma mulher forte, com um cabelo estonteantemente loiro, que quase chegava a ser branco. Ela se vestia com uma apertada roupa de enfermeira, que chamava a atenção para seu corpo musculoso. Dan tentou levantar-se, mas a mulher o impediu.
– Já para a cama, mocinho. – Disse a enfermeira, séria. – Creio que você ainda não esteja em condições de sair andando por aí.
Dan bufou, e respondeu:
– Meu amigo! Eu preciso ver meu amigo! AGORA! – Gritou ele. Lembrando do amigo baqueado no chão, foi impossível conter as lágrimas nos olhos.
– Ele está... um pouco ferido. Creio que o baque foi extremamente forte. Os ferimentos estão graves. – Completou a enfermeira, não melhorando muito a situação. – Agora volte para a sua cama. Você, também, bateu forte com a cabeça no chão, e precisa ficar sobre observação.
– Que vá para o inferno a minha observação! Eu quero ver o JP!
– Que menino insistente, não? – A enfermeira disse, já impaciente. – É bem provável que você demore em ver o senhor João Paulo. Ele precisa de muito repouso, e é melhor ele ter apenas médicos em torno dele.
– Isso significa que eu vou atrapalhar? – Respondeu o garoto, raivoso.
A enfermeira saiu do quarto, deixando o garoto falando sozinho. A raiva e a tristeza agora subiam a cabeça dele. Aproveitando a brecha que enfermeira deixara, e mais que rápido, Dan saiu correndo, parando no grande corredor do lado de fora do quarto. Ele olhou para os lados, checando se alguém pudesse ver que ele havia saido do quarto. Ninguém ia o ver, pelo fato de haverem poucas pessoas no lugar. Então, começou a olhar em todos os quartos mais próximos, em busca de JP. Num quarto afastado, ao fundo do corredor, o jovem encontrava-se deitado numa cama, com ferimentos no rosto e no resto do corpo. Ao chegar perto, JP abriu de leve os olhos, vendo Dan.
De longe, Daniel colocou a mão sobre a boca, assustado com o número de ferimentos que estavam no amigo. Dan correu até JP, e retirou a máscara de oxigênio do rosto do amigo, vendo-o abrir um leve sorriso.
– Você...você me salvou.
Lágrimas rolaram do rosto de Dan.
– Você... está... engraçado... nessa... camisola... – Disse JP, com um belo sorriso no rosto.
Dan fez uma careta. – Você ainda pode fazer piadinhas? Fala sério, JP! – Disse ele, limpando as lágrimas.
– Brincadeira... – JP respondeu, lentamente. – Odeio... te ver... triste...
JP mostrava alegria no rosto, e com isso, as lágrimas dançavam no rosto de Daniel.
– O...quê...mais...que você...queria que eu...fizesse? – JP disse, fazendo força para falar.
– Eu nem sei o quê dizer... Por minha culpa você tá aí, nessa cama, todo machucado. – Dan tentava limpar as lágrimas, para não deixar o amigo preocupado.
– Eu...só queria...te proteger... Afinal –hoje...é...seu...aniversário... – Ele fez uma pausa. – Eu... nem sei... se vou... agüentar...muito... por favor...
JP pegou a mão do amigo, e a segurou com a pouca força que restava. – Atenda o meu...último desejo...
As palavras de JP tocavam bem no fundo do coração de Daniel. “Ele não pode desistir assim! Eu tenho certeza que tudo vai dar certo!”, pensou ele.
– Não diga isso, JP! Você vai ver que em algumas horas você vai levantar dessa cama, e a gente vai curtir a minha festa! – Dan tentou alegrar o amigo.
– Eu...quero...que fique...com...o meu...livro mais...importante...– Pausou. – Descubra... por favor... aquilo que...ele tem...para dizer... Ele... é o seu...presente de aniversário...
Dan ajoelhou-se ao lado da cama de JP, e segurou com as duas mãos a dele, que estava morna.
– Eu não posso, JP. Ele é o mais importante da sua coleção! Pára com isso vai, JP! – Disse ele, irritado. – Tá vendo? Eu tô bem melhor!
JP esboçou outro sorriso no rosto.
– Que... bom... Dan... – O garoto suspirou fundo. – Não...se preocupe...comigo...Vou ficar...bem...
Agora, a enfermeira aparecera com o médico na porta do quarto. Segundos depois, apareceram os pais de JP, correndo até o filho, e nem olhando para Dan. Ele levantou-se, dando lugar aos pais, que desesperados, choravam.
– Aqui está o fujão, doutor. – A enfermeira disse, apontando para Dan.
O médico olhou para ele com repreensão. – Daniel, eu peço que me acompanhe.
Então o garoto foi puxado pelo braço pela enfermeira. “Essa enfermeira é uma monstra!”, pensou ele. “Ela não tem o direito de fazer isso!”. Da porta, Dan viu apenas o sorriso de JP, e uma tentativa de aceno. Eles voltaram ao corredor, e o garoto foi puxado por todo o corredor, de volta até seu quarto.
No quarto, o médico pediu que o garoto se sentasse na cama. O médicou sacou um estetoscópio, e colocou-o no peito de Daniel.
– Você dormiu por horas. – Disse ele, analizando o garoto.
Dan passou a mão pelos cabelos, e não sentia dor.
– Dormi? Eu me sinto normal. – Disse ele, agora com um termômetro na boca.
O médico retirou-o da boca de Dan. A temperatura se encontrava em bom estado. Depois, o médico encostou a costa da mão na testa do garoto, e confirmou a temperatura.
– Quando você chegou, sua temperatura estava altíssima. – Ele balançou o termômetro. – E desde então, não acordou. Enquanto você dormia, ficamos preocupados, já que não parava de delirar.
O médico fez apontou para a cama, pedindo para que o garoto se deitasse.
– Eu ainda tenho algum machucado? Eu ainda não posso voltar para casa? – Perguntou o garoto, que continuava sendo analizado pelo médico.
– Depende do aconteceu. Você poderia me contar, Daniel?
O médico sentou-se na cama, e Dan se ajeitou no travesseiro. Com um pequeno resumo, o garoto explicou tudo aquilo que havia acontecido. Ao final, ao lembrar-se do sorriso de JP, as lágrimas retornavam. O médico levantou-se, e pensativo, passou a mão em seu queixo.
– Você está bem sim, Daniel. Por mais incrível que seja, o machucado que ele tinha na cabeça se curou muito rápido. Mas creio que seria bom se você continuasse em observação, até amanhã.
– Observação!? – Perguntou Dan. – Isso significa que...
– Você vai ter que passar a noite no hospital. – Completou o médico.
– O QUê!? Eu acho que estou bem o suficiente para ir embora! – Respondeu o garoto, zangado. – Eu tenho certeza que a minha mãe não me ia deixar aqui!
O médico suspirou.
– A sua mãe esteve aqui. Ela estava muito triste, pelo fato de você estar aqui no hospital. – O médico disse, enquanto Dan bufava de raiva. – Ela viu que você estava baqueado, e concordou com a hipótese da observação.
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
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3 comentários:
Achei suas estórias excelentes.Admiro muito quem tem capacidade para criar tanto, e vc tem.Párabens e continue sempre.Abraço.
Obrigado, Valkiria!
Eu chorei. xD
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