domingo, 21 de dezembro de 2008

Fourth!

Siëlaurtha!
E aqui temos o quarto capítulo!

Capítulo IV ~

- Resuminho do Capítulo: Após ajudar o velho, Dan descobre que ele veio de outro mundo, e ele se revela como Aod. Ele recompensa o garoto com um pergaminho, que de acordo com o velho, possuia Magia.

Dan sentou-se no chão, ao lado do senhor. Pegou a mão dele, e passou calor para a mão fria. Segundos depois, o médico e a enfermeira abriram a porta, e correram até o velho. O garoto se levantou rapidamente, e foi em direção a cama dele. A enfermeira olhou-o com uma expressão rígida.
– Por favor, espere lá fora. – Pediu ela. – O senhor aqui não está muito bem.
Dan acenou com a cabeça afirmativamente, e saiu. O corredor se encontrava agora todo iluminado com fortes luzes. O garoto andou um pouco, e sentou-se num banco de cadeiras unidas perto de um bebedouro. Ele abaixou a cabeça e juntou as mãos. Agora, milhares de pensamentos rondavam a mente dele. Um deles era a imagem do velho se contorcendo de dor, e a dúvida se ele teria feito bem em ajudar; outro era sobre as palavras de JP no sonho, e a preocupação com o amigo; depois, a vontade de vê-lo bateu em seu peito. “A essa hora, ele deve estar dormindo”, pensou ele, “Melhor não atrapalhar... Ele deve estar muito cansado também...”.
Minutos depois, a enfermeira veio na direção do garoto e o chamou de volta ao quarto. O médico ainda estava lá, ao lado do velho. Dan sentou-se em sua cama.
– Doutor, esse senhor está melhor? Ele não passar muito bem... – Disse o garoto, preocupado.
– Sim, sim. Agora ele passa bem, mas minutos atrás, ele estava entre a vida e a morte... Você o ajudou?
Dan levantou-se e foi para perto da cama do velho. No chão, ele pegou o pedaço de papel.
– Eu tinha que fazer algo por ele... Ele parecia estar sofrendo muito. E ainda falava algo em outra língua. Mas, ele conseguiu falar ajuda.
Ele mostrou o papel ao médico.
– Isso estava colado no braço dele. – Disse o garoto. E colado com muita força. Eu consegui tirar com água.
O médico analisava o papel minuciosamente, mas não encontrou nada de mais.
– Parece um simples papel.
– Mas isso parecia ser a fonte da dor dele. – Dan apontou para o papel. – Tinha um desenho, algo como um círculo desenhado, e quando eu o toquei, ele brilhou!
O doutor olhou para Daniel com escárnio.
– Tudo bem, garoto, você pode ter salvado a vida dele, mas a chapeuzinho vermelho te ajudou? – Zombou ele. – É melhor que você volte a dormir, tudo bem? Boa noite.
Dan voltou para a cama. O doutor saiu do quarto, apagando a luz, e imergindo o quarto nas sombras novamente. A única luz que iluminava o, era a prateada da lua, que entrava pela janela.
O garoto puxou o lençol da cama e cobriu-se, e depois virou para o lado. Finalmente poderia voltar a dormir.
Na cama perto da janela, o velho agora abria os olhos. Ele levantava, vagarosamente, o braço direito, onde outrora era o ponto culminate de sua dor. Agora, ele sentava-se na cama, e analizava o lugar. Ele não estava onde imaginava estar. Então, ele se lembrou da face daquele que o tirara do sofrimento. – Yëa, Nrmír. – Murmurou o ele.
Dan deu um salto da cama. “De novo não... Eu só quero dormir...”, pensou ele. – O senhor está bem?
– Uthá.
– Eu – não - falo - a - sua - língua. – Disse Dan, pausadamente, aumentando a voz, e fazendo sinais.
O velho apontou a mão para o teto, e com um estalo dos dedos, a luz acendeu.
– Mas eu falo a sua.
Daniel ficou boquiaberto. O fato de o velho falar uma língua estranha, e de repente acender a luz com apenas um estalar de dedos o impressionava.
– Sua linguagem é bem parecida com a Língua Divina.
– Que tipo de língua você fala? Ela me parece estranha...
– Eu falo o Elementárico ou a língua elemental. E, ainda, falo mais de trezentas línguas de outros mundos.
“Trezentas línguas? Esse cara é louco! Ninguém fala esse tanto!”, pensou o garoto. – E como você acendeu a luz, só estalando os dedos?!
O homem pegou no criado-mudo ao lado da cama seus simples e pequenos óculos, e os limpou no avental.
– Magia, meu jovem. Magia.
“MAGIA?! Esse velho é realmente louco!”, pensou o garoto, alarmado.
– Jovem, eu não sou louco, se me permite dizer.
Dan ficou boquiaberto. “Ele leu o meu pensamento!”, pensou. “Isso é impossível!”.
– Não, não é impossível. – Respondeu o velho. – Sua proteção mental é ridícula. O quê ensinam nas escolas desse mundo? Eles não ensinam magia?
– Não. Ensinam Matemática, Física, Química... – O garoto respondeu, sem graça. – Magia, não.
O velho se levantou, e com um simples movimento das mãos, o avental que vestia se transformou em uma bela túnica púrpura, com uma bela faixa dourada, que descia dos ombros até os joelhos. Dan, vendo aquilo, ficou ainda mais pasmo. “Isso não pode ser verdade, isso NãO é verdade!”, pensou alarmado. – Eu estou sonhando, não estou? – Perguntou a si mesmo.
– Não, jovem. Isso é real.
O velho viu o pequeno papel que Dan retirara do braço dele, e pegou-o.
– Malditos Juízes... Lançaram-me uma maldição! Eu precisava fugir do reino, afinal, o trono foi tomado... – Ele levantou o pedaço de papel, e mostrou-o ao garoto. – O papel está molhado, e o selo não brilha mais. Lembro da tua face, jovem; você retirou esse maldito feitiço.
Dan agora se encolhia na cama, de medo. “Espero que ele não me amaldiçoe... Ele me dá medo...”
– Você me salvou, ó jovem. Que tolo sou! Deixe-me apresentar. Sou Aod, o Bibliotecário Real.
Saindo de debaixo do lençol onde ele se escondia, o garoto se apresentou.
– Sou Daniel.
Aod agora ajeitava os belos cabelos prateados, e fitava Dan com seus belos e profundos olhos azuis.
– Não tenha medo, ó criança. Irei recompensá-lo pelo teu feito.
Com mais um de seus movimentos das mãos, o velho retirou, do nada, um velho pergaminho. Ele o jogou para Dan, que o pegou no ar.
– Esse é um pergaminho com magias de ataque básicas. – Explicou. – Já que vocês, jovens deste mundo, não aprendem magia, seja honroso e aprenda-a.
Lentamente, Aod passou a mão pela cama onde dormia, e ela se arrumou com o movimento.
– Agradeço por ter me salvo daquela maldição. Se você não o tivesse feito, eu estaria sem movimento nos braços, ou até pior: estaria morto.
O velho andou até a janela, e analisou a lua. – Este mundo não é, absolutamente, o meu. – Ele riu. – Maldito deserto proibido... Aquelas areias confundem a magia.
Agora ele se voltou para o quarto, e analizou-o.
– O seu povo é hospitaleiro, Daniel. Tenho muito que agradecer por ter sido acolhido nessa estalagem.
– Isso é comum... Se você chegou machucado, eles te trazem para cá. Esse lugar é chamado de hospital.
Aod retirou de um dos bolsos da luxuosa túnica um pedaço de pergaminho similar ao que Dan retirara de seu braço.
– Agora eu tenho que voltar. Preciso resolver alguns assuntos pessoais no meu mundo. – Disse ele. – Obrigado, Daniel, e use a magia quando estiver em perigo.
Ele levantou o papel, e o segurou com as duas mãos, e ele começou a queimar.
– Sinto que nos veremos novamente, jovem Daniel...
As chamas do papel tomaram o corpo de Aod, e ele desapareceu entre chamas. Assim que ele sumiu, as chamas sumiram com um grande brilho, e até mesmo a lâmpada estourou, lançando cacos de vidro por todo o quarto.
Dan deitou-se novamente na cama. “Isso foi real. Eu tenho certeza...”, pensou ele. “E esse pergaminho? O quê eu faço com ele?”. Cansado, ele virou-se, e com o pergaminho nas mãos, adormeceu.

3 comentários:

Tiago disse...

Nota para o Elementárico:

Yëa, Nrmír

Traduzindo: Yëa é algo usado para chamar, tipo "Hey". Nrmír é, basicamente, alguém jovem, menino.

Uthá

Traduzindo: Uthá é uma afirmativa, ou seja, sim.

Nathália disse...

e como se pronuncia "Nrmír"? =D

Tiago disse...

Respondendo!

A pronúncia é nIh-mI-r

Lembrando que as escritas em maiúsculo são mais fortes, OK? ;D